Desejo de grávida deve ser atendido? De acordo com especialistas, se a vontade está relacionada à comida, a resposta é não. Para manter a SAÚDE E O PESO DO CORPO EM DIA, garantindo o desenvolvimento saudável da criança, é preciso tomar cuidado com o que colocar no prato. “Engravidar não significa comer por dois. Isso é um mito que vai levar ao excesso de consumo e consequentemente ao ganho de mais peso do que o indicado”, alerta SOMAIA REDA, Ginecologista Obstetra e professora de medicina da Universidade Positivo. De acordo com ela, durante o período de gestação a mulher poderá engordar no máximo 14 kg (sendo que o ideal varia entre 7 e 10 kg).

Para conseguir manter a forma, a profissional explica que é necessário buscar uma alimentação que diminua ao máximo o consumo de LIPÍDIOS (gorduras) e AÇÚCARES. “Durante a gestação, o desenvolvimento nutricional mais adequado para a mãe e o bebê visa DIMINUIR OS CARBOIDRATOS (massas, arroz branco) da dieta, e aumentar a quantidade de PROTEÍNAS (carnes magras), FRUTAS E VERDURAS”, explica a obstetra.

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CUIDADOS PARA CADA FASE

Segundo THAIS DE BRITO, nutricionista da Estância do Lago Spa Wellness, a quantidade de alimento adequado para cada mulher depende do seu índice de massa corporal e estilo de vida, se faz atividade física ou não. “No PRIMEIRO TRIMESTRE, a dieta vai aumentar em no máximo 300 CALORIAS, buscando valorizar alimentos ricos em cálcio, que irão ajudar no desenvolvimento dos ossos e do sistema sanguíneo do bebê”, explica a profissional.

De acordo com ela, na SEGUNDA FASE da gestação (terceiro ao sexto mês) a gestante pode observar como seu metabolismo está funcionando para saber se continua ou não com 300 calorias a mais na dieta regular ou se pode SUBIR PARA ATÉ 600. “Se a mulher já ganhou peso, o acompanhamento visará reduzir o excesso de gordura corporal com o objetivo de evitar aumento de pressão arterial ou o surgimento da diabetes gestacional”, afirma.

Para Somaia, esta fase é extremamente importante para definir como a mulher conseguirá lidar com a barriga até o fim da gestação. “Se ela desenvolve diabetes , poderá afetar o bebê que crescerá em excesso, impedindo a realização do parto normal, por exemplo. A PRESSÃO ALTA, por outro lado, pode prejudicar o crescimento da criança e criar uma dificuldade no seu processo de alimentação dentro do útero”, alerta a médica, ressaltando que isso pode levar ao nascimento prematuro.

Na TERCEIRA FASE da gestação, a criança já está desenvolvida e precisa apenas continuar crescendo para garantir um peso saudável. “O tradicional PRATO BRASILEIRO é um grande aliado na gestação, pois possui proteína, carboidrato e fibras. Invista em uma variedade de frutas e verduras para garantir um intestino funcionando e evitar desconfortos abdominais e inchaços”, sugere Somaia.

ENTENDENDO A CAUSA

Os excessos na alimentação podem estar relacionados a fatores que não dizem respeito às necessidades geradas pela gravidez. “Uma DEPRESSÃO desconhecida e CRISES DE ANSIEDADE podem levar a um quadro de aumento de peso durante a gestação”, afirma Thais.

Segundo a nutricionista, desenvolver a MATURIDADE SOBRE AS NECESSIDADES CORPORAIS neste período é fundamental para aprender a lidar com o que é fome real e o que é desejo. “Muitas vontades que podem soar malucas, como a de comer terra, podem estar ligadas à FALTA DE ALGUM NUTRIENTE específico no corpo”, sugere ela, afirmando que neste caso é possível fazer um exame de sangue para identificar se está tudo normal.

O QUE EVITAR

Além de evitar alimentos gordurosos e ricos em açúcar, REFRIGERANTES devem ser cortados da dieta. A bebida tem alta concentração de SÓDIO, o que pode contribuir para o desenvolvimento do INCHAÇO CORPORAL característico dos últimos meses de gravidez. “Além disso, os refrigerantes podem representar um perigo ao atacar o ferro, extremamente essencial na primeira fase da gravidez para o desenvolvimento do bebê”, salienta Thais.

A nutricionista explica que PEIXE CRU CARNES MAL PASSADAS também devem estar fora da dieta. “Esses alimentos possuem microorganismos capazes de atravessar a placenta, o que pode causar problemas na saúde do bebê”, alerta. De acordo com ela, cozinhar ou grelhar estas carnes com pouco sal continua sendo a melhor maneira de aproveitar seus nutrientes sem a adição de gordura.

ATIVIDADE FÍSICA

Segundo Somaia, o ganho de peso durante a gravidez pode levar ao desenvolvimento de dores nas costas e fadigas. Alguns exercícios físicos podem contribuir para o BEM-ESTARdurante o período, além de ajudar a manter o METABOLISMO ATIVO.

“A escolha do exercício depende se a mulher está ou não habituada a praticar alguma atividade. A HIDROGINÁSTICA e a IOGA são atividades que quase todas as mulheres podem fazer e que possibilitam mais conforto e equilíbrio durante a gravidez”, afirma a médica. Segundo a profissional, CAMINHAR alguns minutos por dia também já faz diferença durante o período.

Para quem sempre teve uma rotina de EXERCÍCIOS, Somaia ressalta que é possível continuar realizando muitos deles. “Existem gestantes corredoras, que podem praticar a atividade em um ritmo mais lento, até o período em que a barriga começar a pesar muito”, ressalta. Também é indicada a musculação leve para manter as articulações ativas e estimular os músculos.

VOLTANDO À FORMA

Após dar à luz, a mulher perderá não apenas o peso do bebê, mas também REDUZIRÁ MEDIDAS ao expelir a placenta e líquidos que estavam retidos. “O corpo já começa a voltar ao normal após a parto. Um mês depois, o processo de amamentação terá contribuído para que o peso tenha voltado ao normal”, explica a médica, alertando que não há necessidade de fazer dieta pós-parto.

Segundo Thais, o indicado é manter uma ALIMENTAÇÃO VARIADA para suprir as necessidades nutricionais do bebê através do leite materno. “No começo a barriga fica inchada, mas voltará ao normal em alguns dias após o parto”, afirma. Segundo ela, as cintas modeladoras podem contribuir para o melhor RESULTADO ESTÉTICO.

Quem ganhou PESO EM EXCESSO, terá mais dificuldades de voltar a ter o corpo de antes da gravidez. “Isso acontece porque, depois dos 14 kg, aquele peso acumulado não se refere mais à maternidade, e sim, a um acúmulo de gordura corporal. Nesta situação, a mulher precisará fazer uma dieta específica visando a queima de calorias”, completa Somaia.